domingo, 7 de março de 2010

Cebolas



Sabem o que me faz chorar ? Cebolas...
Acho que uma das piores coisas na cozinha é descascar cebolas. A mão fica fedida, não dá nem pra pensar em fazer um cafuné depois!!! E os olhos, como ardem !
A gente chora tanto que nem consegue enxergar e para piorar, esfrega as mãos nos olhos, esquecendo-se do resto de sumo nas mãos. Esse choro é causado por um gás formado pelo ácido sulfênico que se dissipa pelo ar quando a cebola é cortada e chega aos olhos, onde reage com a água e forma uma solução de ácido sulfúrico. O ácido sulfúrico irrita as terminações nervosas dos olhos, fazendo-os arder. Em resposta a essa irritação, as glândulas lacrimais entram em ação para diluir e lavar a irritação.
Várias são as alternativas para retirar o seu odor forte. Algumas são interessantes e valem a pena serem testadas: coloque as cebolas num recipiente com água por 2 a 3 minutos, depois de descascadas e cortadas ao meio ou espete na ponta da faca um pedaço de pão ou tente cortá-las embaixo da torneira com água corrente. Ou mergulhe as cebolas com casca em água fervente por uns segundos e depois descasque-as em água corrente.
Há um outro modo: deixar uma vela acesa próximo de onde estiver cortando (meio sombrio, não?!).
O que há de melhor na cebola é a quantidade das calorias (33 kcal para cada 100 g.) Além disso ela funciona como anti-oxidante, anti-inflamatório, protetor cardíaco, analgésico, anti-alérgico, anti-diabético, anti-úlcera....anti quase tudo.
Na Europa Medieval, para onde foi levada pelas caravelas de Cristovão Colombo, a cebola era usada como pagamento de rendas. Sagrada entre os egípcios, cultivada também pelos romanos, presente no cabrito dos Bizantinos, e ingrediente indispensável no pão que servia como base à alimentação dos Assírios, a cebola era consumida em grande quantidade pelos soldados, por ser considerada grande fonte de vigor e coragem. Por isso, a cebola é muito masculina!
Certa vez fiz um curso de culinária libanesa com a chef Leila Kuczynski, que antes de ser chef de cozinha era psicóloga.
Em uma das conversas, ela disse o quanto era importante para a mulher olhar para dentro de si e se aceitar. Que a mulher é como uma cebola, cheia de escamas e que todas teriam que cair, uma a uma, para que a mulher fosse vista e respeitada. Infelizmente ainda existem mulheres que vivem como uma cebola, fechadas em seus próprios medos Por isso, a cebola é muito feminina! Ela significa a coragem e o medo ao mesmo tempo.
O aroma dessa hortaliça enquanto frita junto com o azeite e o alho, inunda os nossos sentidos e nos faz esquecer rapidamente de todas as lágrimas que derrubamos por ela.




Cebolas gratinadas

Ingredientes:
4 cebolas médias roxas, cortadas em quartos
azeite de oliva
sal
pimenta-do-reino moída na hora
tomilho fresco
2 dentes de alho cortado em lâminas
1 taça pequena de vinho branco seco
4 colheres de sopa de creme de leite fresco
50 g de queijo Gruyére ralado
50 g de queijo Parmesão ralado

Modo de preparo:
Pré aqueça o forno a 200 graus. Separe os quartos de cebola, pra que se formem pétalas. Coloque-as em um refratário. Tempere com o azeite de oliva, sal e pimenta. Misture e acrescente o alho e o tomilho. Regue com o vinho branco. Cubra com papel alumino e leve ao forno pré aquecido. Asse por 45 minutos. Remova o papel alumínio, e volte ao forno por mais 15 minutos, para começar a caramelizar. Coloque o creme de leite fresco, o gruyére e o parmesão. Abaixe o forno para 180 graus e leve para gratinar por 15 minutos ou até que esteja deliciosamente dourado. Coma imediatamente!

2 comentários:

  1. Hummmm... isso é muito bom.
    Beijão Ju
    Marcus (amigo da Wal)

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  2. Hum.. vou ter que fazer essas cebolas quando esse lombriguento vier almoçar aqui em casa amanhá... Warda

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